programa Crema

Cinco rodovias que ligam Santa Maria e Quarta Colônia estão com 50% do asfalto recuperado

Thays Ceretta


Foto: Renan Mattos (Diário)
A ERS-149, no trecho concluído em Restinga Sêca, está com asfalto e sinalização bons

O percurso é bom, mas não em todo o trajeto. As obras do programa Contrato de Restauração e Manutenção de Rodovias (Crema), que tiveram início há cerca de dois anos, já recuperaram 96,9 quilômetros de asfalto de um total de 170,9 quilômetros previstos em cinco rodovias da região. Essas estradas são de responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Porém, o projeto para asfaltar algumas estradas de chão ainda não saíram do papel, e os motoristas continuam convivendo com a poeira nos dias de sol, e com o barro em períodos de chuva.

A Região Central é a terceira a ser contemplada com um dos principais programas de recuperação de estradas do governo do Estado. O investimento, oriundo de financiamento no Banco Mundial (Bird), é de R$ 158,7 milhões, de sete rodovias da região de Santa Maria e Cachoeira do Sul - cinco ficam em municípios de cobertura do Diário.

O contrato tem duração de cinco anos e consiste em duas etapas de obras. Na primeira, são realizados os serviços de recuperação do asfalto, dos dispositivos de drenagem - como bueiros, canaletas e sarjetas - e da sinalização de trânsito. No restante do contrato, ocorrem os serviços de manutenção das rodovias. 

Os quase 97 quilômetros concluídos até agora representam pouco mais da metade do previsto (56,6%). A recuperação do pavimento deve ser concluída em fevereiro de 2019, segundo o Daer.
Veja como está a situação de cada uma das cinco rodovias:


Com falta de operários e equipamentos, operação tapa-buracos anda a passos lentos

SANTA MARIA-PORTO ALEGRE
A RSC-287, rodovia que liga a Região Central à capital gaúcha, foi a primeira a começar a ser recuperada, mas é, também, a mais atrasada. De acordo com o Daer, os trabalhos nos 55 quilômetros entre Santa Maria e Paraíso do Sul, iniciaram no segundo semestre de 2017, perto da Base Aérea, atual Ala 4.

Foram executados serviços reconstrução em trechos de Paraíso do Sul, Agudo, nas localidades de Santuário e Palma e Santa Maria, totalizando 7 quilômetros (apenas 12% do total). Ainda faltam ser restaurados 48 no trecho, que não pertence à área mantida pelos pedágios da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).

O Daer modificou os trevos de Agudo, no quilômetro 187, e Santuário, no quilômetro 213. As rótulas abertas deram lugar a uma estrutura fechada e com canteiros para dar mais segurança aos usuários no cruzamento. Para a realização dos serviços na rodovia, foram investidos cerca de R$ 46,8 milhões até agora.

REFORMA POR PARTES
Quem transita diariamente na RSC-287 percebe a diferença, mas reclama que deveria estar melhor. O vendedor Wagner Comin Brondani, 30 anos, que mora no distrito de Palma, questiona por que o trabalho é feito de forma gradativa na rodovia mais movimentada da região. 

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- Com a quantidade de imposto que a gente paga, deveria estar melhor. É um absurdo, a estrada ainda está precária, deveria estar tudo no padrão. Era muito ruim, agora ficou boa, mas não entendo por que reforma um pedaço e, depois, outro - diz.

O vendedor comenta, ainda, que quando chove a estrada também apresenta problemas. A água fica empossada e é preciso reduzir ainda mais a velocidade para evitar acidentes na rodovia, cujo limite é de 80 km/h.

Nos trechos da RSC-287 em que os asfalto foi recuperado, a sinalização foi reforçada. Porém, na maior parte da rodovia, até Paraíso do Sul, os desníveis na pista e a falta de sinalização oferecem risco aos motoristas.


Foto: Renan Mattos (Diário)
Jociel e Alexandra se arriscam no barro da ERS-348 para visitar a família em Faxinal. As obras estão por começar

Na ERS-149, do trevo do Santuário (RSC-287) até Faxinal do Soturno, as obras foram concluídas em abril. Foram investidos, R$ 2,8 milhões. O asfalto está em boas condições. Há ampla sinalização, com pintura e tachões na pista, placas que refletem a luz à noite e muretas de proteção. As boas condições de trafegabilidade são notadas pelos motoristas.

- Eu moro em Dona Francisca e passo por aqui sempre. A sinalização está boa, tem que ser tudo assim. À noite, a gente se sente mais seguro - conta o agricultor Ademar Prochnow, 41 anos.

No trecho da ERS-149 até Restinga Sêca, existe sinalização, barras de contenção em alguns trechos, o asfalto é novo e não apresenta buracos, mas esse cenário vai só até o fim do perímetro urbano. De Restinga até Formigueiro, as obras ainda não chegaram e o percurso tem buracos e falta de sinalização.

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A confeiteira Carmen Balduino da Cunha, 40 anos, cruzou a ERS-149 com o marido e as filhas, no final de julho, e percebeu o perigo de trafegar no percurso não concluído.

- A estrada está péssima, sai de um buraco e cai em outro. Há partes que temos que andar na contramão por causa dos buracos - conta.

Já na VRS-804, que liga Santa Maria a Silveira Martins, as obras foram concluídas em fevereiro deste ano e custaram R$ 7 milhões. À noite, os motoristas se sentem mais seguros com a boa sinalização. Porém, a rodovia não tem acostamento. 

AINDA NA POEIRA: SÃO MARTINHO E IVORÁ
Os moradores da Quarta Colônia aguardam há pelo menos duas décadas o asfaltamento dos 25 quilômetros da ERS-348, que liga os municípios de Faxinal do Soturno e São João do Polêsine a Ivorá. A patrola da prefeitura passa pelo local para amenizar a poeira e os buracos, mas isso não é suficiente.

O aposentado, Henrique Liberalesso, 69 anos, acompanha há bastante tempo as idas e vindas das obras:

- As obras começam e não terminam nunca, pode ser que agora o asfalto saia. Seguido a gente passa aí, a estrada está péssima. Às vezes, nem trator passa. Quando chove, fica pior, cheia de buraco e com muito barro, daí temos que pegar um desvio por São João do Polêsine.

Em dias de chuva, a estrada fica intransitável. Mesmo assim, há quem se arrisque na estrada fazendo manobras para tentar chegar ao destino. Foi o que o casal de namorados Jociel Lucas Dalmolin, 19 anos e a namorada Alexandra Rodrigues de Lima, 16 anos que moram em Silveira Martins, fazem seguidamente para visitar a família em Faxinal do Soturno.

- A estrada não está boa, tem buraco e muito barro, principalmente quando chove. A gente se arrisca porque é mais perto, senão, pela estrada de Polêsine, que também é de chão, mas está menos pior - conta Jociel.

 A obra de ligação asfáltica da ERS-348 é uma promessa política antiga. No dia 28 de maio completou 20 anos da assinatura da primeira ordem de serviço. Já no dia 17 de novembro de 2017, foi assinada a ordem de reinício do serviço no trecho que, por problemas técnicos e burocráticos, acabou atrasando o trabalho.

Outra estrada que o asfalto ainda não saiu do papel é ERS 516 que liga São Martinho da Serra a Santa Maria. Segundo o Daer, não há previsão de reinício das obras neste trecho nem na VRS 823 que fica no Distrito de Vale Vêneto.

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